Uma união inédita de dez ordens profissionais da área da Saúde, representando mais de 250 mil profissionais em Portugal, lançou um apelo urgente ao Governo. A preocupação central é a crescente fuga de talentos para o estrangeiro, colocando em risco a sustentabilidade do sistema de saúde nacional. As ordens profissionais defendem que Portugal necessita de medidas urgentes para garantir a estabilidade, a valorização dos profissionais e uma visão integrada da saúde.

A Gravidade da Situação

A crise na Saúde portuguesa é um tema recorrente, mas a recente onda de emigração de profissionais qualificados agrava ainda mais a situação. Enfermeiros, médicos, fisioterapeutas, farmacêuticos e outros profissionais essenciais estão a procurar melhores condições de trabalho e salários mais competitivos em outros países da Europa e noutros continentes.

As Exigências das Ordens Profissionais

As dez ordens profissionais que se uniram neste apelo – Ordem dos Médicos, Ordem dos Enfermeiros, Ordem dos Farmacêuticos, Ordem dos Fisioterapeutas, Ordem dos Psicólogos, Ordem dos Biólogos, Ordem dos Nutricionistas, Ordem dos Técnicos de Radiologia Médica, Ordem dos Dentistas e Ordem dos Arquitectos (no que concerne às áreas de saúde – urbanismo e construção hospitalar) – apresentam um conjunto de exigências ao Governo:

• Estabilidade Financeira: Garantir um financiamento adequado e sustentável para o Serviço Nacional de Saúde (SNS), evitando cortes orçamentais e assegurando a disponibilidade de recursos para a contratação e retenção de profissionais.
• Valorização Profissional: Implementar políticas de valorização dos profissionais de saúde, incluindo a revisão das tabelas salariais, a criação de planos de carreira e a promoção da formação contínua e especializada.
• Visão Integrada da Saúde: Adotar uma abordagem integrada e multidisciplinar para a saúde, promovendo a colaboração entre diferentes profissionais e áreas de especialização, e garantindo a coordenação dos cuidados de saúde.
• Melhoria das Condições de Trabalho: Assegurar condições de trabalho dignas e seguras para os profissionais de saúde, incluindo a redução da carga de trabalho, a melhoria das infraestruturas e o acesso a equipamentos modernos.

O Impacto na População

A fuga de profissionais de saúde tem um impacto direto na qualidade dos cuidados de saúde prestados à população. A falta de pessoal qualificado pode levar a atrasos nas consultas, a dificuldades no acesso a tratamentos e a um aumento da pressão sobre os profissionais que permanecem no país. É fundamental que o Governo tome medidas urgentes para reverter esta tendência e garantir que todos os cidadãos têm acesso a cuidados de saúde de qualidade.

Um Futuro Sustentável para a Saúde em Portugal

As ordens profissionais apelam a um diálogo aberto e construtivo com o Governo, de forma a encontrar soluções eficazes para os desafios que a Saúde portuguesa enfrenta. Acreditam que, com um compromisso conjunto e uma visão estratégica, é possível construir um futuro sustentável para a saúde em Portugal, onde os profissionais se sintam valorizados e a população tenha acesso a cuidados de saúde de excelência.