Em um movimento histórico e sem precedentes, dez ordens profissionais da área da Saúde, representando mais de 256 mil profissionais, uniram forças para lançar um apelo urgente ao Governo. A crescente crise no setor, marcada pela escassez de profissionais, desvalorização e falta de uma visão integrada da saúde, exige medidas imediatas para evitar o êxodo de talentos e garantir a qualidade do atendimento à população.

A união dessas ordens – Conselho Federal de Medicina (CFM), Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), Conselho Federal de Farmácia (CFF), Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO), Conselho Federal de Odontologia (CFO), Conselho Federal de Psicologia (CFP), Conselho Federal de Nutricionistas (CFN), Conselho Federal de Educação Física (CONFEF), Conselho Federal de Fonoaudiologia (CFFA) e Conselho Federal de Terapia Complementar (CFT) – demonstra a gravidade da situação e a necessidade de uma ação coordenada.

O que está em jogo?

O principal objetivo do apelo é garantir a estabilidade e a valorização dos profissionais de saúde. A precarização das condições de trabalho, os baixos salários, a falta de infraestrutura adequada e a sobrecarga de trabalho têm levado muitos profissionais a buscar oportunidades em outros países ou a abandonar a área, agravando ainda mais a crise.

“Estamos perdendo profissionais qualificados para outros países, o que impacta diretamente a qualidade do atendimento à população brasileira”, alerta o presidente do Conselho Federal de Medicina. “É preciso investir na saúde, valorizar os profissionais e criar um ambiente de trabalho que os motive a permanecer no Brasil.”

A visão integrada da saúde: a chave para o futuro

Além da estabilidade e da valorização, as ordens profissionais defendem a implementação de uma visão integrada da saúde, que considere a importância do trabalho em equipe, a articulação entre os diferentes níveis de atenção e a prevenção de doenças.

“A saúde não pode ser vista como um conjunto de ações isoladas. É preciso integrar os diferentes serviços e profissionais para oferecer um atendimento mais completo e eficiente à população”, explica a presidente do Conselho Federal de Enfermagem.

O que o Governo precisa fazer?

As ordens profissionais solicitam ao Governo a criação de políticas públicas que promovam a estabilidade e a valorização dos profissionais de saúde, o investimento em infraestrutura e a implementação de uma visão integrada da saúde. Também pedem a revisão da legislação trabalhista para garantir melhores condições de trabalho e a criação de programas de incentivo à fixação de profissionais em áreas remotas.

A união dessas dez ordens profissionais é um sinal de alerta para o Governo e para toda a sociedade. A crise na saúde é um problema complexo que exige soluções urgentes e coordenadas. A valorização dos profissionais de saúde é fundamental para garantir o direito à saúde de todos os brasileiros.