Crise Climática Aumenta Desigualdades na Saúde: População de Baixa Renda é a Mais Afetada, Alerta Especialista

2025-06-25
Crise Climática Aumenta Desigualdades na Saúde: População de Baixa Renda é a Mais Afetada, Alerta Especialista
Valor Econômico

A crise climática não é apenas uma questão ambiental; ela se tornou um grave problema de saúde pública, especialmente para a população de baixa renda. O professor Paulo Saldiva, renomado especialista da Universidade de São Paulo (USP), alerta para o crescente impacto das mudanças climáticas na saúde, com exemplos alarmantes como o aumento de internações devido a anomalias de temperatura, um problema que se agrava em consonância com a piora das condições socioeconômicas.

Impactos Diretos e Indiretos na Saúde

As mudanças climáticas desencadeiam uma série de eventos que afetam diretamente a saúde humana. Ondas de calor, secas prolongadas, inundações e o aumento da ocorrência de eventos climáticos extremos, como tempestades e furacões, são apenas alguns exemplos. Esses eventos podem causar lesões físicas, doenças infecciosas, problemas respiratórios e agravamento de doenças crônicas preexistentes.

Além dos impactos diretos, a crise climática também tem consequências indiretas na saúde. A escassez de água potável e alimentos, o aumento da poluição do ar e da água, e a proliferação de vetores de doenças, como mosquitos transmissores de dengue, zika e chikungunya, são exemplos de como as mudanças climáticas podem comprometer a saúde da população.

Desigualdades Socioeconômicas Ampliadas

O professor Paulo Saldiva destaca que a população de baixa renda é a mais vulnerável aos impactos da crise climática na saúde. Isso ocorre porque essas pessoas geralmente vivem em áreas mais precárias, com menor acesso a serviços de saúde, saneamento básico e moradia adequada. Além disso, muitas vezes trabalham em atividades ao ar livre, o que as expõe ainda mais aos riscos das mudanças climáticas.

“O risco de internação por anomalias de temperatura, por exemplo, cresce conforme pioram os indicadores socioeconômicos”, explica Saldiva. “As pessoas que vivem em áreas de risco, que não têm acesso a ar condicionado e que trabalham em condições precárias são as que mais sofrem com o calor extremo.”

Ações Urgentes para Proteger a Saúde da População

Diante desse cenário preocupante, é fundamental que sejam tomadas ações urgentes para proteger a saúde da população, especialmente a mais vulnerável. É preciso investir em medidas de adaptação às mudanças climáticas, como a criação de sistemas de alerta precoce para eventos climáticos extremos, a melhoria da infraestrutura urbana, o acesso à água potável e alimentos seguros, e o fortalecimento dos serviços de saúde.

Além disso, é fundamental que sejam implementadas políticas públicas que promovam a justiça social e a redução das desigualdades socioeconômicas. A crise climática é um problema complexo que exige uma abordagem integrada e multidisciplinar, envolvendo governos, empresas, sociedade civil e a comunidade científica.

O alerta do professor Paulo Saldiva é claro: a crise climática é uma ameaça à saúde pública e a população de baixa renda é a mais afetada. É hora de agir para proteger a saúde de todos e construir um futuro mais sustentável e justo.

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