A despedida de Arlindo Cruz, um dos maiores sambistas do Brasil, foi marcada por emoção, celebração e muita música no Império Serrano, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Centenas de pessoas compareceram para prestar a última homenagem ao compositor, cantor e instrumentista, que faleceu no dia 28 de novembro, aos 66 anos, após um período de internação.

A cerimônia, que começou na manhã deste sábado (2), seguiu um ritual de celebração, com muita batucada, roupas claras e a presença de personalidades do samba e da cultura brasileira. Familiares, amigos, sambistas e admiradores se reuniram para cantar, rezar e celebrar a vida e a obra de Arlindo Cruz.

Um ritual de despedida à altura do Rei do Samba

O Império Serrano, escola de samba onde Arlindo Cruz foi membro e presidente, foi o palco escolhido para a despedida. A escolha não é por acaso, já que a escola de samba sempre teve um significado especial na vida do sambista. A cerimônia começou com uma missa campal, seguida de um cortejo com o corpo de Arlindo Cruz, que foi levado em um caixão branco enfeitado com flores brancas e vermelhas, cores da escola de samba.

Durante o cortejo, a batucada do Império Serrano tocou sambas de Arlindo Cruz, como “Você Passa, Eu Acho” e “O Rei do Samba”, emocionando a todos os presentes. As pessoas vestidas de branco cantavam e se abraçavam, em um momento de despedida e celebração da vida do sambista.

Homenagens emocionantes

Diversas personalidades do samba e da cultura brasileira prestaram homenagem a Arlindo Cruz durante a cerimônia. Entre eles, estavam Martinho da Vila, Zeca Pagodinho, Beth Carvalho e Claudio Zaidan. Cada um compartilhou histórias e lembranças do sambista, exaltando sua importância para a música brasileira.

“Arlindo era um artista completo, um sambista apaixonado, um homem de garra e coragem. Ele enfrentou a vida com alegria e determinação, e sempre lutou pelos seus sonhos”, disse Martinho da Vila, emocionado.

Legado de um gigante do samba

Arlindo Cruz deixou um legado de mais de 40 anos de história na música brasileira. Com mais de 300 músicas gravadas, muitas delas em parceria com compositores como Beto Guedes e Bigode, Arlindo Cruz conquistou o reconhecimento do público e da crítica, e se tornou um dos maiores sambistas do Brasil.

Sua música, marcada pela melodia, poesia e alegria, embalou gerações de brasileiros e continua a inspirar artistas de todo o país. A despedida de Arlindo Cruz foi um tributo à sua vida e obra, e uma celebração do samba, a música que tanto amava.

Após a cerimônia, o corpo de Arlindo Cruz foi levado para o Cemitério de Inhaúma, onde foi enterrado em cerimônia reservada aos familiares.